Desentupidora No Centro De BH

O local onde hoje está localizado o Centro já foi um povoado que ficou conhecido como Arraial de Nossa Senhora do Curral Del Rey que foi desapropriado para dar vazão à capital mineira, em 1893. A decisão foi tomada por meio de Lei. No. 3, que foi acrescentado na Constituição.

Foi desenvolvido pelo engenheiro Aarao Reis, chefe da Comissão de Obras da Nova Capital. Ele engenhosamente projetou um contorno no qual as avenidas eram dispostas diagonalmente, fazendo o tabuleiro de xadrez clássico nas cidades da época, como Washington ou Paris. O plano era ambicioso e faraônico. No entanto, foi pensado com uma visão de futuro, onde as avenidas e estradas eram mais compridas que as convencionais. No mesmo ano, lotes para construção de empresas foram leiloados. As pessoas que compraram o terreno excederam o prazo de quatro anos necessário para construir. A intenção era criar Belo Horizonte o centro comercial do estado em um período relativamente curto.

Nos primeiros anos do início do século 20, a Rua da Bahia era considerada um ponto de encontro da elite local com seus cafés, bares e teatros, um local onde os homens se reuniam para falar de política e de mundo. A rua ao entardecer transformava-se em pé de palco (moças e homens desfilavam pelas ruas, olhando-se, em forma de namoro com a barba feita).

Era o Parque Municipal (na época mais de quatro vezes maior) que era extremamente procurado nos finais de semana. Lá, uma comunidade poderia encontrar espaços para esportes, caminhadas ou piquenique, e bandas realizavam “rerettas”. Havia também um local onde as paróquias realizavam celebrações religiosas com barracas e quermesses.

Os pobres e os trabalhadores não faziam parte do cenário. Eles viviam em áreas mais distantes da linha principal e eram financeiramente desfavorecidos, não podiam ser impedidos de fazer pagamentos relacionados ao entretenimento. Além disso, no centro da cidade, os moradores eram comumente alvos de policiais, que, em decorrência de um passeio, podiam detê-los e alegar “vadiagem”.

A década de 50 testemunhou a construção de modernos arranha-céus, enquanto antigas casas foram destruídas e deram lugar a estruturas de concreto.

A década de 70 foi a época do auge do Centro. O rápido processo de industrialização em Belo Horizonte resultou em uma migração rural massiva. O crescimento irregular de pessoas dentro da cidade levou a uma área central pouco inspiradora. Foi nessa época que a elite rompeu ligações com o Centro e mudou-se para regiões mais luxuosas e nobres da cidade, incluindo a Savassi.

Ao longo dos anos, ao longo dos anos, o Centro foi ignorado pela administração da cidade. Os vendedores ambulantes tornaram-se os guias turísticos. As ruas estavam imundas e lotadas de crianças e moradores de rua, e os altos índices de criminalidade engoliram o mercado e transformaram essa área em uma zona de torpor na década de 90.

Em 2002, seguindo uma tendência internacional observada em todo o mundo, uma prefeitura anunciou o programa de revitalização do Centro. As ações que merecem destaque são a eliminação dos vendedores ambulantes; a instalação de câmeras de segurança que reduziu significativamente a quantidade de atividade criminosa; e a reabilitação de edifícios e ruas.